Nas ruas dessa cidade de opulências mil
Vive um lado escuro do Brasil
Escuridão que se estampa, não somente na pele de cada negro indigente,
Que perambula pela cidade indiferente.
Escuridão que emana de forma torrente
E expressa o desespero dessa gente
Que teima, teima em ser gente!
Mas... é apenas paisagem.
São pretos ou quase todos pretos
Que se tornam pretos ao se fundirem à paisagem da cidade
Com suas almas, corpos e roupas pretas de sujeira - a sujeira da indiferença!
O céu preto de poluição
Compõe a paisagem com prédios cinza, sacos de lixo, pombos, gente, lixo... lixo de gente!
Estátuas de concreto ilustram gente imponente
Gente impotente ilustra a concretude do futuro incerto
E tudo permanece como sempre
É apenas a paisagem... apenas estátuas de concreto.