domingo, 16 de janeiro de 2011

Engrenagem


Cadê você pensamento?

Aonde é que você está?

Aonde é que foi parar?

Pois nesse meu tormento

Não consigo te escutar!


Eu acordo pensando em trabalhar

Pois o relógio me grita sem cessar

Pra minha labuta começar.


E marchando com os outros

Vou trabalhar

Apertada nos trens a estourar

Sacolejar, sacolejar.


E de dia não é outra a rotina

Esticar, costurar, cortar, limpar

Lavar com água e sabão

Lustrar chão.


E o relógio de novo a apitar

Já está na hora de almoçar

Engulo a comida sem degustar

Abastecer, manutenção, meu irmão!


Novamente o carrasco a se esgoelar

Esticar, costurar, ensaboar

Meu corpo entorpece

E eu não consigo

Meus pensamentos escutar.


Cadê você pensamento?

Aonde é que você está?

Aonde é que foi parar?

Pois nesse meu tormento

Eu não consigo te escutar.


Angustiada, juro, estou

Pois sem você

Máquina sou.

4 comentários:

  1. OLÁ AMIGA DÉBORA, PARABÉNS . LINDO POEMA
    UM ABRAÇO,
    PAULO ODAIR-POETA.

    ResponderExcluir
  2. E ai poeta. a vida é assim, simples assim, quanto mais pensamos que não pensamos mais pensamos mesmo sem saber o motivo do pensamento. Simplesmente porque esta é uma ingrenagem que não para.

    Francis Gomes

    ResponderExcluir
  3. OLÁ MINHA QUERIDA AMIGA DESEJO À VOCÊ , SUA FAMÍLIA E AMIGOS, UM FELIZ NATAL. DIA 23 JÁ ESTAREI COM O MEU NOVO(SEXTO) LIVRO.
    UM ABRAÇO,
    PAULO ODAIR-POETA

    ResponderExcluir
  4. Olá gostaria de saber de quem é esta imagem????

    ResponderExcluir