domingo, 20 de março de 2011

Maternidade

Este poema é dedicado à mamãe Fernanda e ao meu sobrinho Heitor.


Durante nove meses meu corpo foi sua morada

E nessa relação intensa e inexplicável

Meu alimento te alimentou

Minha tristeza te entristeceu

Minha alegria te alegrou

Conheci seus hábitos

Conheceu os meus

Senti medo e insegurança

Por mim... Serei uma boa mãe?

E pelo mundo... Tão violento

Mas quando te sentia mexer

Era inundada por uma alegria imensurável

Que me enchia de segurança e me fazia sentir onipotente

Saberia te proteger.

Dava asas à imaginação:

Qual seria o seu sexo, a cor de seus olhos, da sua pele, a textura de seus cabelos?

Como seria o seu nariz, as orelhas, o queixo, os lábios, sua estatura, seu caráter?

Mesmo tendo, de bom grado, lhe oferecido a minha morada

Não via a hora que a deixasse para nos conhecermos de verdade

E apesar de ter feito mil e uma combinações

E de ter sonhado tanto com você

Quando vi seu rostinho, não reparei em nada

Vi somente que era você, meu filho!

Desse jeitinho assim!

Depois que você chegou

Passei a me sentir o ser mais antagônico do mundo

Pois amor, raiva e dor se revezavam dentro de mim

A dor de um corpo costurado que busca a regeneração

De uma mulher que se sente feia, deformada

A dor dos seios rijos de leite

Que quando encontram a sua boquinha faminta que ainda não sabe sugar

Doem mais ainda, racham e ficam febris

Com fome você não dorme e não me deixa dormir

Então sinto raiva! Que sina infeliz!

Mas quando vejo a sua imagem angelical, ressonando

Dormindo despreocupadamente e bem alimentado

Um bálsamo alivia toda minha dor

A raiva sublima-se em amor

Um amor imenso, confortador, regenerador...

Então tive a certeza de que nunca mais estaria só

Pois o amor por ti passaria a me acompanhar

Até o fim de meus dias!

Digo o amor

Porque sei que você vai...

Vai crescer, se apaixonar e seguir seu caminho...

E a única certeza que tenho é que

Estando perto ou distante, continuarei te amando

E mesmo barbado, homem criado

Continuará sempre, sempre sendo o meu filhinho.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Não se mete a colher...

O provedor a agrediu novamente.

A prole foi defendê-la.

Contenda.

...

Fundo do poço!

Desesperada, em choque, ela se retorcia

E urrava como se, anaestésicamente, lhe arrancassem as vísceras,

o coração e o ventre onde foi gerada aquela vida:

Nãããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããããão!

E continuaria gritando se o fôlego assim permitisse, até que obtivesse resposta.

... ... ... ...

Desfaleceu.

E o algoz, que sempre a mantivera cativa, decretou sua sentença:

- Prisão perpétua no vale de lágrimas.



Violência doméstica não é problema doméstico.

É um problema social e de saúde pública!


Faça a sua parte! Não julgue. Aconselhe, oriente, apoie, denuncie. Desse forma você estará contribuindo para que os mecanismos de proteção previstos na Lei Maria da Penha (Lei n° 11340/06) saiam do papel.


domingo, 13 de março de 2011

Inauguração IPJ




Ontem a noite o Coletivo Projeto Marginaliaria participou da inauguração da sede do IPJ - Instituto Paulista de Juventude em Guaianazes.

O evento rolou até altas horas e a juventude de guaianazes e os parceiros dos movimentos culturais de São Paulo, também trouxeram a sua contribuição.

Sobre o IPJ:
O Instituto foi criado por algumas lideranças da Pastoral da Juventude do estado de São Paulo e iniciou suas atividades em setembro de 2003. Surgiu a partir da necessidade identificada por estas lideranças de se aprofundar o debate de Políticas Públicas para a Juventude de forma mais qualificada e a partir da carência de um centro de formação e assessoria popular para lideranças juvenis.
O IPJ se organiza em Grupos de Trabalho que estudam e elaboram propostas relativas a temáticas especificas do universo juvenil nas áreas de Comunicação, Cultura, Direitos Humanos, Educação e Gênero. Maiores informações sobre o IPJ estão disponíveis no site http://www.ipejota.org.br

Algumas fotos do evento:


Grafite feito pelos jovens que participaram do evento


Street Dance


Marginaliaria em Ação!



sábado, 12 de março de 2011

Passional

Neste mês, devido as comemorações do Dia da Mulher, postarei meus textos que tratam sobre o tema. São poemas que retratam mulheres importantes em minha vida e que abordam situações de violência, amor, maternidade, sonhos e reflexões sobre a situação atual da mulher.
Espero que gostem.

Passional

A desgraça bateu à minha porta

E, eu, não a percebi entrar

Parecia amor, excesso de zelo

Do qual, confesso, cheguei a gostar.


Depois se transformou em desespero

Terror, pesadelo...

Infelizmente, não pude escapar!


Nosso amor ficou doente!

Insano, inconseqüente!

Eu, impotente, tentei me afastar.


Nosso amor virou notícia

Daquelas que se arrepia

Na seção de polícia

De jornal popular.


Certamente uma lembrança

Que machuca, sangra

Na sua mente insana

Que não sabe o que é amar.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Reverências

Deixo aqui o meu grande abraço a todas as mulheres da minha vida e desse imenso Brasil.
Mulheres guerreiras, batalhadoras, fortes, amantes, amigas, confidentes, companheiras, mãe e pai, em fim, simplesmente mulheres (o que não é nada simples).

Mulheres que exigem mudanças nessa sociedade tão violenta, omissa, preconceituosa e machista

Mulheres que exigem políticas públicas, segurança e emprego

Mulheres que exigem respeito

Mulheres que merecem amor...

A todas vocês a minha reverência!



segunda-feira, 7 de março de 2011

Comunidade do Conto

No dia 02 de março rolou, no Ponto de Cultura Círculo das Letras, o segundo encontro da Comunidade do Conto.
Foi uma oportunidade única de crescimento técnico para aqueles que querem aprimorar a sua escrita, aguçar a sua sensibilidade e criticidade.
O melhor de tudo foi a oportunidade de estar com esse seleto grupo e o respeito que rolou entre os mais experiêntes na estrada das letras e os que estão começando agora.
Apesar da garoinha fina e do frio, valeu cada minuto.
Esperamos você no próximo encontro que acontecerá dia 06/04 a partir das 19h (1° quarta feira do mês).
O tema é MORTE.
Venha compartilhar conosco o que você tem de melhor!
Desenferruje sua caneta e a sua mente.



Seguem algumas fotos do encontro:









Em breve postarei o meu conto.

Segue a proposta da Comunidade do Conto. Espero que se identifiquem e compareçam.

Comunidade do Conto

Apresentação: Baseado na experiência do clube do conto existente na Paraíba, esse projeto traz uma inovação na forma de produção literária dos seus participantes. Será um espaço de proposta, produção, discussão e aprendizado. Autores se reúnem em encontros mensais e lêem contos de sua autoria produzidos durante o corrente mês através de um tema sugerido no encontro anterior.

Objetivos gerais e específicos: Incentivar a produção literária entre os membros da entidade e da comunidade. Aprimorar a escrita. Promover o debate à cerca da produção literária entre os participantes. Estimular a criatividade. Promover a rotina diária da escrita e lapidação do texto.

Público alvo: Escritores, poetas e cordelistas em geral. Principalmente os membros da entidade.

Pré-requisitos: Saber ler e escrever.

Dinâmica: Através de datas pré-agendadas, os autores se reúnem durante um período necessário de horas, onde cada um lê o seu conto produzido em cima de um tema anteriormente sugerido. Após a leitura abre-se para discussão e propostas em cima do texto produzido.

Ao final do encontro sugere-se um novo tema para o próximo encontro.

Resultados esperados

Exercício da escrita, da discussão e da audição. Aumento de material literário. Formação e profissionalização.

Resultado possível e a longo prazo:

Produção e lançamento de uma antologia.

Justificativa: As duas deficiências da associação se encontram na falta de leitura e na falta de produção literária. Com o projeto “Trocando Ideias” estamos tentando sanar a deficiência leitora, e agora a ideia é investir num novo projeto onde os membros que se consideram escritores sejam provocados a de fato produzir textos literários.